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Navegação Marítima

 

Podia acrescentar ao título “de outros tempos”, pois é essa que hoje aqui recordo. E, na verdade, deixou saudades.

Presentemente, a navegação é quase exclusivamente aérea. Pelo menos aquela que sulca os astros por estas banda do Oceano. Mas, embora muitíssimo mais rápida, não satisfaz as exigências, cada vez mais prementes, dos utentes. E é ler o que a Imprensa, ou os órgãos da comunicação social, quase diariamente inserem nos seus noticiários…

Mas deixo esse trato para os peritos, que hoje muitos são…Além de ser um transporte caro, não satisfaz as exigências daqueles que o utilizam com certa regularidade. E muitos são…

Dos mares dos Açores quase desapareceu a navegação marítima e ela era bastante animada nestas ilhas ou escalando os portos tradicionais ou navegando ao largo, principalmente entre a Europa e a América.

Lembro, nos anos Vinte, o “Sinaia”, da Fabre Line, companhia italiana, que, periodicamente, escalava os portos da Horta e de Ponta Delgada e por vezes de Angra. Depois apareceram o “Vulcania” e o “Saturnia”, barcos de grande porte e já bastante modernos. Na primeira passagem por Angra o redactor de “A União” classificou, (nem sei qual) de “cidade flutuante” tal o luxo que encontrou a bordo.

E eram estes barcos que levavam os poucos emigrantes que a legislação americana evitava, fazendo por ignorar o que seria o esforço e o trabalho por vezes de escravo, dos emigrantes europeus. E traziam alguns, bem poucos, a regressar de vez, outros de visita às famílias. Mas o que não deixavam de trazer eram as cartas, muitas delas portadoras de alguns dólares ou sacas de roupa usada para as famílias e conhecidos.

Com o terminar da segunda guerra – 1939-45 – já com os Clipers a escalar o porto da Horta, surgiram os barcos de turismo, de grande tonelagem. Recordo o “Sebastião Delcano”, o “Andre Doria” e outros. Na época de verão, transportavam turistas entre a Europa e os Estados Unidos. Mensalmente, por aqui passavam e costeavam a ilha para que os passageiros pudessem melhor ver e admirar a vegetação luxuriante e os belos panoramas. Quando passavam na baía das Lajes aproximavam-se o mais possível para que os viajantes pudessem admirar o encanto da Montanha, hoje uma das maravilhas mundiais. E os que cá estavam até as cores dos trajes distinguiam e os banhistas a saltar à piscina. Em chegando a São João aproavam o horizonte. O “André Doria” era dos que mais frequentavam a rota. Viu-o algumas vezes e no casco descobria o nome. Dois dias depois de passar nas Lajes a rádio espalha a notícia de que o barco tinha naufragado à entrada do porto de New York. Mas os “colegas” (como escreveu em certa ocasião um pseudo jornalista) continuaram a viajar por mais alguns anos, até que também desapareceram.

Hoje só aparece nestes mares do Sul, de vez em quando, um veleiro com algum navegador solitário.

Vale-nos os barcos do “Whale Watching” e, de semanas a semanas, as regatas das canoas baleeiras. Mas nada disso substitui a beleza que era para os que estas ilhas povoam, a passagem desses grandes transatlânticos.

Presentemente a navegação é quase exclusivamente aérea. Pelo menos aquela que sulca os céus por estas bandas do Oceano. Mas, embora muitíssimo mais rápida, não satisfaz as exigências, cada vez mais prementes, dos utentes. Além de ser um transporte caro, não satisfaz as exigências daqueles que o utilizam com certa regularidade. E muitos são…E é ler o que a Imprensa, ou os órgãos da comunicação social, quase diariamente inserem nos seus noticiários…

Mas deixo esse trato para os peritos, que hoje muitos são…

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